Centro espírita atacado por fanáticos entrará com ação na Justiça por danos
Entidade calcula prejuízo de R$ 20 mil com destruição de 50 imagens
Policiais da 9aDP (Catete) investigam denúncias que, na internet, há indícios de intolerância religiosa fomentado pela Igreja Geração Jesus Cristo. O pastor da igreja negou qualquer estímulo a atos de vandalismo.
Os responsáveis pelo centro vão entrar com ação na Justiça, por danos morais e materiais contra os invasores.
Eles calculam prejuízo de R$ 20 mil com a destruição de cerca de 50 imagens.
— Vamos entrar com ação indenizatória contra os quatro, mas caso seja provada a participação da igreja no ataque, entraremos com a ação contra a instituição — afirmou Cristina Moreira, outra dirigente do centro espírita.
Algumas imagens tinham 80 anos Segundo ela, as imagens destruídas faziam parte da história do centro: — Só a imagem de Oxalá custava R$ 1 mil. Mas o dinheiro não é o maior problema. As imagens tinham história e valor afetivo, pois nosso centro tem 80 anos e muitas estavam conosco desde a fundação. Os agressores gritavam que o centro era coisa do demônio. Foi um atentado à nossa fé.
Os invasores foram identificados como Afonso Henrique Lobato, de 23 anos; Alessandro Cabral dos Santos, de 35; Reinaldo Nonato Pessoa, de 26; e Dominique Samara Pereira, de 27. O ataque durou 30 minutos. Eles foram autuados por dano e ultraje a culto religioso e liberados.
Porém, terão que comparecer à audiência no 1oJuizado Especial Criminal. Segundo o Código Penal, a detenção, de um mês a um ano, ou multa, pode ser aumentada em até um terço se houver emprego de violência.
A Ordem dos Advogados do Brasil distribuiu nota repudiando atos de preconceito, religioso ou social.
— A agressão preocupa porque evidencia a intolerância de alguns segmentos religiosos, que não respeitam a diferença de crença dos demais — afirmou o presidente da OAB/Rio, Wadih Damous.
Diretores do centro receberam apoio de religiosos, incluindo o pastor Tubirani, responsável pela Igreja Geração Jesus Cristo, que condenou o ataque: — Eles não podiam ter feito o que fizeram. Nunca incentivamos esse tipo de atitude.
O delegado Fábio Pereira, da 9oDP, disse que os agressores não pareciam arrependidos. Segundo ele, a invasão não tinha o objetivo de causar prejuízo às vítimas, mas impedir a realização da prática religiosa.
INTOLERÂNCIA
É INACEITÁVEL, portanto, que a intolerância religiosa tenha levado jovens de uma igreja neopentecostal a depredar um centro espírita no Rio.
O FANATISMO dos agressores pode até ser debitado na conta do seu credo; já o vandalismo, por não constar de qualquer bula religiosa, deve ser tratado estritamente pelo viés criminal.
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