Vândalos, que foram presos, diziam que adeptos deviam 'abandonar o demônio'
O ataque começou por volta das 19h, quando pouco mais de 20 pessoas aguardavam, numa fila na Rua Bento Lisboa, a abertura do centro. O grupo perguntou para que era a fila e, diante da resposta, teria começado a agressão.
— Quando disse que estávamos ali para a consulta, começaram a nos insultar. Aos gritos, diziam que, por ordem de Jesus, devíamos abandonar o demônio ali presente. Eles agrediram verbalmente todos os que estavam na fila e aproveitaram a porta aberta para entrar — contou a advogada Sylvia Santana.
Ele contou que um dos integrantes do grupo esteve em uma das sessões do centro há alguns dias em busca de confusão e foi obrigado a deixar o local. Ontem, segundo o advogado, eles já teriam entrado quebrando tudo.
— Eu estava na secretaria quando os vi já dentro do centro. Eles entraram gritando que estavam fazendo aquilo em nome de Jesus e quebraram tudo. Não ficou nada inteiro. Além disso, ameaçaram as pessoas, boa parte delas idosa, que estavam preparando a reunião do dia. Eles chegaram dizendo frases do tipo “Onde está o demônio de vocês que não está aqui para protegêlos?” e “Deus mandou a gente aqui para tirar o demônio de vocês” — disse o dirigente.
Celso contou que o centro existe há mais de 80 anos e que nunca tinha sido atacado dessa forma. Segundo ele, os jovens estavam muito alterados e, mesmo depois que a polícia foi chamada, ficaram dizendo que Deus ia tirá-los rapidamente da cadeia.
O centro espírita, que professa cultos da linha branca do espiritismo, mistura conceitos de religiões afro-brasileiras e do kardecismo. Segundo seus dirigentes, ele está no bairro há pouco mais de dez anos e sempre conviveu pacificamente com vizinhos católicos e evangélicos. Os ataques teriam começado há alguns meses, depois que uma nova igreja evangélica se instalou nas proximidades.
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