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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Parlamento Europeu debate papel da religião no espaço público

ROMA, quarta-feira, 4 de junho de 2008 (ZENIT.org).- A visibilidade da religião no espaço público europeu esteve no centro do segundo encontro da série de seminários de diálogo dedicados a «Islã, cristianismo e Europa», organizado pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE), pela Conferência das Igrejas Européias (KEK) e pela Fundação Adenauer.


O encontro aconteceu em 29 de maio passado, no Parlamento Europeu, sobre o tema «A visibilidade da religião no espaço público europeu: a questão dos lugares de culto e o uso de símbolos religiosos».


Uma centena de participantes, delegados e funcionários de instituições européias ou membros de organizações e comunidades religiosas, participou do seminário.


Com a presença acrescentada de cidadãos e residentes de confissão muçulmana em nome de países europeus, sublinha um comunicado da COMECE, «a questão do uso de símbolos religiosos deu lugar a um debate social em vários países».


Mais recentemente, a edificação de lugares de culto muçulmano se converteu em um assunto público e suscitou resistências em numerosas cidades ao longo da Europa.


«Ainda que os países europeus estejam dotados de regimes jurídicos que garantem a liberdade religiosa e, portanto, a liberdade de culto, isso propõe a questão da visibilidade da religião no espaço público europeu», reconhece a COMECE.


O deputado europeu Lászlo Surján, da Hungria, alertou contra o retorno «às catacumbas» dos cristãos e de outros crentes do velho continente, a exemplo do que os cristãos da Europa do Leste viveram durante os 40 anos de ditadura comunista.


Chantal Saint-Blancat, professora de Sociologia na Universidade de Pádua, sublinhou, por sua parte, que a edificação de novos lugares de culto é um problema para o espaço urbano, que já nos é familiar, e que isso suscita debates, inclusive tensões, entre muçulmanos por um lado, vizinhos e autoridades locais por outro.


Estima, contudo, prossegue o comunicado da COMECE, que dessas tensões podem emergir oportunidades: «O reconhecimento mútuo das comunidades dá ocasião para os muçulmanos de compreender o contexto secularizado europeu, e a possibilidade de transformar o espaço urbano em ‘cenário de experimentação do pluralismo’ para nossas sociedades multi-culturais».


A reverenda Berit Schelde Christensen, da Igreja Evangélica Luterana de Dinamarca, recordou que as religiões contribuem para a coesão da sociedade e que a construção de lugares de culto é importante para acolher a busca de sentido dos cidadãos.


«Deve-se reconhecer a busca espiritual de cada ser humano», afirmou, lamentando que a linguagem religiosa não seja já compreendida por nossos contemporâneos devido a uma forte secularização da sociedade.


Ao mesmo tempo, fez um chamado aos crentes cidadãos da Europa a refletirem sobre a maneira de utilizar o princípio de transcendência para participar positivamente do bem comum.


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