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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Preconceito em nome da fé

Colaborador da Frente Parlamentar Evangélica provoca deficientes físicos

BRASÍLIA (O Globo, Ciência, página 33, em 29/05/2008). Enquanto os ministros do Supremo discutiam a filosofia da essência e potencialidade da vida humana, uma discussão mais vulgar e preconceituosa acirrou os ânimos entre militantes do lado de fora do tribunal depois que um jovem advogado insultou três cadeirantes. Em tom agressivo, ele desafiou os três a ir à Igreja Evangélica para serem “curados pela fé” e poderem caminhar, sem que seja necessário “matar” embriões para realizar pesquisas com células-tronco. A briga começou quando Matheus Sathler interferiu em uma entrevista para acusar três portadores de deficiência de receber dinheiro para militar a favor da Lei de Biossegurança. O jovem se apresentou como advogado voluntário da Frente Parlamentar Evangélica. O deputado João Campos (PSDB-GO), confirmou que Sathler colabora de forma voluntária, mas condenou seu comportamento.

— Se quiser andar, é só botar fé em Deus. Não é o pastor que cura, é Jesus Cristo — pregou Sathler.

Alvos dos ataques, os três representantes da Associação de Deficientes do Gama e Entorno (DF) tentaram argumentar que tratamentos não deveriam depender da fé ou religião dos pacientes.

— É um maluco que apareceu para mostrar seu preconceito. Sou católico, mas as coisas não são assim. Tenho uma lesão na medula.

Qual Igreja vai curar isso? — disse Luis Maurício Alves dos Santos, presidente da entidade. (Leila Suwwan e Carolina Brígido)

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