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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Guila Flint: Em Israel, o Natal é estrangeiro

BBC Brasil (22/12/2009)

Guila Flint: Em Israel, o Natal é estrangeiro


Quem anda por Tel Aviv nesta semana tem poucas chances de lembrar que uma grande parte do mundo está celebrando o Natal.


Na cidade, de população majoritariamente judaica, existem pouco sinais da comemoração cristã. Apenas na região sul de Tev Aviv se vêem decorações natalinas.


Essa é a parte mais pobre da cidade e onde se concentram os trabalhadores estrangeiros. O único lugar onde se pode comprar árvores e enfeites natalinos é na Estação Rodoviária, no bairro de Neve Shaanan, onde se ouve mais o russo e o inglês do que o hebraico.


No país como um todo, apenas 6% dos habitantes comemoram o Natal, segundo dados oficiais. E esses 6% se dividem em três grupos: os imigrantes da ex-União Sovietica, trabalhadores estrangeiros em geral e cidadãos árabes israelenses que são cristãos.


Crescimento

Embora não seja uma festa muito popular, a comemoração do Natal está lentamente crescendo justamente por causa da entrada desses estrangeiros em Israel.


Depois da abertura da União Sovietica, no início dos anos 1990, mais de 1 milhão de imigrantes da região se mudaram para o país judaico.


De acordo com as estatísticas oficiais, cerca de 200 mil desses imigrantes são cristãos. As autoridades israelenses permitiram a entrada deles por serem cônjuges ou parentes de imigrantes judeus.


Um dos vendedores dos produtos natalinos é o imigrante Michael Duker, de 21 anos, da Sibéria. Duker disse à BBC Brasil que sua familia comemora o Natal, apesar de ser judia.


"Enfeitamos a casa com a árvore natalina, como costumávamos fazer na Sibéria", disse Duker. "Gostamos do Natal porque é uma festa muito alegre e uma oportunidade para reunir a família e tomar juntos uma garrafa de vodca", contou ele. "Não importa a religião, qualquer coisa que traz alegria vale a pena."


Os trabalhadores estrangeiros também comemoram o Natal, mas muitos preferem manter a discrição, especialmente porque entre eles há muitos ilegais.


De acordo com Ran Cohen, coordenador do setor de trabalhadores estrangeiros da ONG Médicos pelos Direitos Humanos, existem cerca de 180 mil trabalhadores estrangeiros atualmente em Israel, sendo que 80 mil não teriam documentos legalizados. A maioria deles é cristã e vem de paises africanos, do leste europeu e das Filipinas.


Marisa, uma trabalhadora das Filipinas, mora há 5 anos em Israel e trata de pessoas idosas. Ela estava comprando uma pequena árvore de Natal "para alegrar um pouco a casa" e se negou a revelar seu sobrenome à BBC Brasil.


Cohen também disse que, nos últimos anos, as autoridades israelenses vêm implementando medidas rígidas contra os trabalhadores ilegais e mais de 150 mil já foram expulsos do país.


Coexistência

O terceiro grupo de cristãos em Israel consiste de cidadãos árabes israelenses, que se concentram principalmente na Galiléia, no norte do país. Os cristãos são uma minoria dentro da minoria árabe em Israel.


De acordo com o sociólogo Amir Mahoul, presidente da Associação das ONGs Árabes, os cristãos são cerca de 9% da população árabe em Israel, de maioria muçulmana.


Mahoul, que é cristão e mora em Haifa, afirmou que "a coexistência entre os cristãos e os muçulmanos pode servir de exemplo e modelo".


Para Mahoul, "os cristãos não têm uma sensação de minoria dentro da comunidade árabe, convivemos muito bem com os muçulmanos e com os druzos. Nos sentimos como minoria por sermos árabes no Estado judaico, mas não por sermos cristãos".


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