Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.
O Papai Noel como conhecemos, de roupa vermelha, sacola nas costas e barba branca, é, na verdade, uma modificação moderna da figura do 'bom velhinho' original. Inspirador do Papai Noel, São Nicolau (Saint Nicholas, em inglês) era um homem simples, dedicado à religião, que nasceu em 280, na cidade de Patara, na Ásia menor (hoje Turquia).
Mitos e verdades se misturam na história desse bispo que se tornou santo. Quando seus pais morreram, ele distribuiu a herança entre os pobres, o que o tornou conhecido na região.
Também ficou famoso por ter ajudado a família de um nobre que entrou em falência. Seus credores queriam, além de todos seus bens, a mão das três filhas em casamento. Sabendo que elas sofreriam agressões e escravidão, o nobre entrou em desespero, pois não tinha dinheiro para o dote que faria suas filhas se casarem mais cedo. Conhecendo o dilema do nobre, Nicolau jogou um saco de ouro em seu quintal. E fez isso com as duas outras filhas. Descoberto, o bispo fez o nobre jurar que não revelaria seu nome até sua morte. Daí partiu a tradição de distribuir presentes anônimos.
As histórias da vida de Nicolau se espalharam pela Grécia e pelo Império Romano. Muitas lendas surgiram, mas foi a distribuição de presentes que ficou conhecida no mês sua morte, dezembro. Em 988, Vladimir, o Grande, príncipe da Rússia, se converteu ao cristianismo e viajou a Constantinopla para ser batizado. Lá ele ouviu a história de São Nicolau e ficou tão impressionado que o nomeou padroeiro de toda a Rússia. As tradições e lendas começaram a se relacionar com histórias bíblicas.
Na América
Após a colonização da América, os europeus que lá foram morar levaram suas crenças com eles. Na Pensilvânia, havia muitas referências a São Nicolau. Em 1809, um livro infantil trouxe as referências do bispo turco para os Estados Unidos. Em "Knickerbocker's History of New York", o escritor Washington Irving se baseou em São Nicolau para criar um personagem que entrava nas casas pela chaminé.
Na década de 1860, o ilustrador Thomas Nast criou imagens de São Nicolau (que nessa época já tinha o apelido de Santa Claus) para a edição de Natal da revista Harper's. No século XX, a Coca Cola fez uma série de comerciais com a figura do papai noel. A partir daí, a imagem do bom velhinho se popularizou e virou sinônimo da data festiva católica.
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