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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Diálogo inter-religioso

Pequeno trecho da entrevista com Milton Schwantes - teólogo e pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Biblista, Schwantes é um dos principais nomes do método de leitura popular da Bíblia na América Latina e autor de diversos livros, alguns traduzidos em espanhol, alemão e inglês.

Link: http://amaivos.uol.com.br/templates/amaivos/amaivos07/noticia/noticia.asp?cod_noticia=7288&cod_canal=46

Segue abaixo a opinião de Milton Schwantes sobre o Diálogo inter-religioso. O grifo é nosso.

Milton SchwantesNão me agrada muito o termo "diálogo inter-religioso", quando se pretende diferenciá-lo de ecumenismo. Ecumênico seriam as aproximações entre igrejas e tradições cristãs, enquanto "diálogo inter-religioso" seria a atividade ecumênica com não-cristãos. Pode-se acentuar tais diferenças por questões práticas, mas em seguida há que voltar a insistir em que em Deus todos e tudo se encontra. Aí não há departamentos. Logo, sou dos que têm criticado essa linguagem, em que o ecumênico reúne igrejas cristãs e em que o inter-religioso convoca pessoas religiosas de boa índole. Penso que o diálogo entre as igrejas sempre é uma forma do diálogo inter-religioso, não cria uma outra categoria. Prefiro designar também todo diálogo inter-religioso de ecumênico. Ambos têm a mesma qualidade. Afinal, no diálogo, seja ele ecumênico ou inter-religioso, queremos experimentar Deus, em sua compaixão com a humanidade e sua criação. Temos diversas experiências deste encontro com Deus, mas todas elas se complementam. O protestante e o católico se complementam ao buscarem o convívio ecumênico. Ambos se alteram! E ambos também encontram a si mesmos no outro. Ora, o encontro ecumênico com os muçulmanos nos permite dar novos passos de mutua admiração e alteração no que se chamaria de atividade inter-religiosa. Mas, por igual se poderá designar este encontro cristão-muçulmano de ecumênico, por ser da qualidade humana e teológica equiparável ao de atividades intracristãs. Não há aí uma grande diferença. No convívio, as distâncias criam novos espaços. A mãe-de-santo é tão profundamente dedicada ao encontro com Deus como nós o somos com o mesmo Deus, considerando que o Deus da Vida não existe em duas espécies, como Deus e não-Deus. Ele só subsiste como Deus "exodal", do qual estamos igualmente próximos e desesperadamente distantes. Outro dia escrevi um pequeno ensaio sobre este problema. Pensei-o com base em uma cena do metrô. Lá não tem setor ecumênico, ou setor inter-religioso. No metrô só há um lugar, simultaneamente excludente e coeso. Nele, o metrô nos torna um.

Um comentário:

Unknown disse...

Acho que a opinião de Milton Schwantes, é bastante corajosa e ao mesmo tempo encorajadora para um bom e construtivo diálogo.
Ao se referir a "pessoas religiosas de boa índole" ele nos abre o verdadeiro sentido do ecumenismo.
Em todos os setores da vida, principalmente religiosa, existem as pessoas de boa fé, que seguem esses preceitos como a ovelha segue o seu pastor...
Ora, esse ponto de vista, abre para nós o conceito de "dialogo" para exposição de idéias e conhecimentos (troca de conhecimentos) entre os convidados.
E na minha opinião, no ecumenismo, já ocorre diretamente o "compartilhamento" de cultos e celebrações.
GOSTARIA que os mais experientes, afinal, eu sou um expectador e não um estudioso do assunto, me esclarecesse caso eu esteja equivocado no meu penssamento.
Obrigado pela oportunidade,
luiz_b.moreira@hotmail.com