Nosso Jornal-Rio, Número 25, Dezembro de 2008, página 4.
O Guardião dos Manuscritos
Sheila Sacks
O ano de 1947 é emblemático para os judeus de todo o mundo pela histórica decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) que, em 29 de novembro, bateu o martelo e se decidiu pela criação do estado de Israel. Mas, por uma incrível coincidência, também foi nessa exata data que teve início uma história que já virou lenda. Em Jerusalém, na noite desse glorioso dia, enquanto o rádio transmitia a empolgante notícia da partilha da Palestina, um professor da Universidade Hebraica examinava em sua casa, perplexo, alguns pergaminhos que obtivera de um antiquário árabe da cidade de Belém.
Chefe do Departamento de Arqueologia da universidade, Eleazar Sukenik (1889-1953) não teve dúvidas de que estava diante de uma das maiores descobertas do século.
Naquele momento, Sukenik resolveu comprar os três manuscritos colocados à venda, aos quais vieram se somar, ao longo do tempo, outras dezenas de pergaminhos descobertos nas cavernas do deserto da Judéia e que ficaram conhecidos como os manuscritos do Mar Morto.
Em seu livro “A Mensagem dos Rolos” (1957), o arqueólogo Yigael Yadin (1917-1984), na época chefe de operações da Haganah (exército clandestino judaico que lutava contra a ocupação britânica) e filho de Sukenik, ressaltou o lado simbólico da descoberta dos primeiros manuscritos, ocorrida simultaneamente à criação do estado de Israel. “É como se os pergaminhos tivessem aguardando nas cavernas durante dois mil anos, desde a destruição da independência de Israel, até que o povo judeu retornasse a sua pátria e reconquistasse sua liberdade”, escreveu.
Sete anos depois, em 1954, coube ao mesmo Yadin – que atingiu a patente de general e foi chefe do estado-maior das Forças de Defesa de Israel, de
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