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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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domingo, 11 de maio de 2008

Deuses indianos em dieta forçada

Oferendas nos templos minguam diante da alta dos preços

Florência Costa, Correspondente

O Globo, O Mundo, página 44, em 11/05/2008.

NOVA DÉLHI e NAINITAL, Índia. Os indianos costumam tratar seus milhões de deuses e “animais-deuses” com muitas oferendas, principalmente comida.

No país onde 80% dos 1,1 bilhão de habitantes seguem o hinduísmo, as sagradas vacas vivem em torno dos templos à espera dos alimentos deixados pelos fiéis diante das imagens de seus deuses preferidos.

Um intenso comércio cerca os templos, com vendedores ambulantes e lojinhas que vivem da venda de doces, flores, frutas, muitas vezes em kits em cestas de palha. Mas nos últimos meses o demônio da alta dos preços tem assustado os hindus. Em Nainital, aos pés do Himalaia, há muita gente rezando, mas poucas oferendas. Diante da estátua de dois metros do deus-macaco Hanuman, apenas duas bananas.

— Geralmente há muito mais. Além de bananas, as pessoas costumavam oferecer laddus (doce feito de farinha de trigo, açúcar e manteiga) — lamenta o religioso Ravi Mishra.

A inflação — representada na Índia por um touro furioso — tem deixado as vacas e os deuses à míngua, numa verdadeira dieta forçada. Só em Nova Délhi há um exército de vacas soltas nas ruas: cerca de 30 mil. O touro, que também é animal sagrado, engordou tanto que chegou a 7,6% — um recorde em quatro anos. A facada no bolso é grande: 32% da renda familiar vão em gastos com comida.

Nas lojinhas coladas ao Templo Naina Devi, os vendedores têm tido trabalho para convencer os fiéis a desembolsar US$ 4 por uma caixa de laddu. Ou US$ 3,5 por uma cesta com coco, arroz doce e incenso.

— As pessoas compram em menor quantidade. Só consigo vender as mais baratas e mesmo assim porque passei a oferecer brindes — lamentou Gyan Sharma.

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