O Globo, O Mundo, página 44, em 11/05/2008.
No país onde 80% dos 1,1 bilhão de habitantes seguem o hinduísmo, as sagradas vacas vivem em torno dos templos à espera dos alimentos deixados pelos fiéis diante das imagens de seus deuses preferidos.
Um intenso comércio cerca os templos, com vendedores ambulantes e lojinhas que vivem da venda de doces, flores, frutas, muitas vezes em kits em cestas de palha. Mas nos últimos meses o demônio da alta dos preços tem assustado os hindus. Em Nainital, aos pés do Himalaia, há muita gente rezando, mas poucas oferendas. Diante da estátua de dois metros do deus-macaco Hanuman, apenas duas bananas.
— Geralmente há muito mais. Além de bananas, as pessoas costumavam oferecer laddus (doce feito de farinha de trigo, açúcar e manteiga) — lamenta o religioso Ravi Mishra.
A inflação — representada na Índia por um touro furioso — tem deixado as vacas e os deuses à míngua, numa verdadeira dieta forçada. Só
Nas lojinhas coladas ao Templo Naina Devi, os vendedores têm tido trabalho para convencer os fiéis a desembolsar US$ 4 por uma caixa de laddu. Ou US$ 3,5 por uma cesta com coco, arroz doce e incenso.
— As pessoas compram em menor quantidade. Só consigo vender as mais baratas e mesmo assim porque passei a oferecer brindes — lamentou Gyan Sharma.
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