Segundo o especialista Maurice Borrmans, missionário da África
Por Miriam Díez i Bosch
ROMA, terça-feira, 20 de maio de 2008 (ZENIT.org).- O diálogo islâmico-cristão conheceu «etapas difíceis», mas também momentos «fecundos». Convencido disso e da importância de recordar as grandes figuras que tornaram possível este encontro, o especialista católico Pe. Maurice Borrmans ilustra em um livro quatro vias de aproximação dos muçulmanos.
São quatro precursores os escolhidos: Louis Massignon; Jean-Mohammed Abd el-Jalil; Louis Gardel e Georges Chehata Anawati.
O livro apresenta sua vida e suas obras para que se entenda em que consistiu seu «amor pelos muçulmanos», sua «fidelidade a Jesus Cristo» e sua «coerência eclesial».
O autor é Maurice Borrmans, considerado uma das máximas autoridades católicas sobre o islã. Ex-presidente do Pontifício Instituto de Estudos Árabes e Islâmicos, atualmente vive em Lyon (França), mas viaja continuamente para ministrar cursos e palestras.
O volume, «Cristãos e muçulmanos. Quatro precursores de um diálogo possível. Massignon, Abd el-Jalil, Gardel, Anawati», («Cristiani e mulsulmani. Quattro precursori di un dialogo possibile, Massignon, Abd el-Jalill, Gardel, Anawati», Urbaniana Press, www.urbaniana.edu/uup, 2008), é fruto das conferências que o autor pronunciou em várias partes do mundo.
O volume quer mostrar a atividade desses «cristãos de vanguarda» que se esforçaram para «promover junto aos muçulmanos a justiça social, os valores morais, a paz e a liberdade».
Do professor e estudioso Louis Massignon (1883-1962), destaca seu caráter «pioneiro» e recorda que foi um «homem de ciência, de coração e de Deus».
Do Pe. Franciscano Jean-Mohammed Abd el-Jalil (1904-1979), indica sua «fidelidade a Marrocos», sua profundidade espiritual e traça seu caminho de evolução espiritual «com o Islã até Jesus Cristo.
Sobre o orientalista Louis Gardet (1904-1986), Irmãozinho de Jesus (membro da família espiritual do beato Charles de Foucauld) e filósofo da cultura, ressalta sua prática do «diálogo da aceitação e da acolhida» e sublinha seus 3 princípios: evitar a apologia «combativa», a apologia da «insuficiência» e o «sincretismo prático».
Finalmente, traça o percurso de Georges Chehata Anawati (1905-1994), dominicano egípcio «mestre do diálogo», «cristão, filósofo, tomista e teólogo», um personagem que soube esforçar-se por promover «o encontro entre cristãos e muçulmanos, na verdade e na caridade».
Borrmans, pertencente à Sociedade dos Missionários da África (conhecidos como Padres Brancos), insiste em que o ponto de inflexão no diálogo com o Islã foi o documento do Concílio Vaticano II, «Nostra Aetate», que abriu uma nova relação e apreço pelo Islã.
Mas se a «Nostra Aetate» chegou a consolidar-se é porque «houve alguns cristãos pioneiros» que se esforçaram para converter o «desenho e a falta de amizade» em um «diálogo possível», como esses quatro.
O Pe. Borrmans foi, de 1975 até 2004, diretor da revista «Islamochristiana».
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