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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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quarta-feira, 19 de março de 2008

As sete lágrimas do preto-velho

Num cantinho de um terreiro, sentado ao seu banquinho, um triste preto velho chorava...
De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam pela face, e não sei porque, contei-as: eram sete.
Na incontida vontade de saber, aproximei-me e o interroguei:
Fala meu preto velho, porque externas assim tão terrível dor?
E ele suavemente, me contou:
Estás vendo estas pessoas que entram e saem?
As lágrimas contadas são para cada uma delas.

A 1., filho, eu dei a estes indiferentes, que aqui vem em busca de distração, e saem por aí, ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não conseguem conceber...

A 2., filho, a estes eternos duvidosos, que acreditam desacreditando, na expectativa mentirosa de um milagre, que os faça alcançar seus próprios merecimentos, e me negam.

A 3. filho, distribui aos maus, àqueles que somente usam a Umbanda em busca de vingança, desejando sempre prejudicar o seu semelhante...

A 4., aos frios e calculistas que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela, de qualquer forma, e se esquecem da palavra gratidão.

A 5. filho, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios, mas se olharem fundo nos olhos, verão escrito: creio na Umbanda, nos teus caboclos e no teu Zambi, mas somente se me curarem disto ou daquilo...

A 6., eu dei aos fúteis, que vão de centro em centro não acreditando em nada, buscam aconchego e conchavos, e seus olhos revelam um interesse diferente.

A 7. filho, notas como foi grande e como deslizou pesada?

Foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os orixás...Fiz doação desta para os médiuns vaidosos, que só aparecem no centro em dia de festa, e faltam às doutrinas...esquecem que existem tantas pessoas precisando de carinho e atenção, e tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual.

Assim, filho, foi para estes todos que vistes cair uma a uma , as sete lágrimas de um preto velho.

(Poema autor desconhecido)

Um comentário:

Maria Paula Ribeiro disse...

Boa noite Cláudia,

Foi à procura das 7 lágrimas de preto velho que conheci o seu blogue.
Parabéns pelo enorme e valiosos conhecimentos que possui.

Abraço

Maria Paula