IHU (04/03/2010)
- ''Eu, perseguido por causa do meu Alcorão'': Nasr Abu Zayd apresentou nesta terça-feira uma conferência na escola superior Sant'Anna di Pisa na manifestação "O diálogo entre as culturas", organizada pela Reset-Dialogues on Civilizations. Falar com Nasr Abu Zayd, filósofo e teólogo egípcio, significa enfrentar o coração do problema do fundamentalismo e do dogmatismo na religião muçulmana. O seu nome tornou-se uma bandeira da interpretação humanística, ou simplesmente humana, do Alcorão, o que constitui um problema para aqueles que defendem a natureza divina da letra do texto sagrado. O que lhe custou caro, porque uma sentença o declarou apóstata em 1994, modificando o curso da sua vida. Mesmo que depois a Universidade do Cairo tenha o readmitido ao ensino, a justiça egípcia anulou o seu casamento, pronunciando um divórcio que o obrigou a se transferir com sua mulher para a Europa, onde começou a ensinar, a partir dos anos 90, antes em Leiden e depois em Utrecht, na Alemanha. Entrevistamo-lo enquanto ele trabalha em uma nova exegese integral do Alcorão em inglês e em árabe e na tradução ao árabe da Enciclopédia do Alcorão em seis volumes. A reportagem é de Giancarlo Bosetti, publicada no jornal La Repubblica, 02-03-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto. Eis a entrevista.
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