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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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terça-feira, 11 de novembro de 2008

Iemanjá e Pomba-Gira: Imagens do Feminino na Umbanda

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Iemanjá e Pomba-Gira: Imagens do Feminino na Umbanda

Cristiane do Amaral de Barros

Dissertação de Mestrado em Ciência da Religião (UFJF)

Data da defesa: 23/08/2006.

Resumo: No atual cenário religioso do Brasil, a umbanda seria, dentre as demais religiões afro-brasileiras, aquela considerada como verdadeiramente brasileira, por ter sido constituída neste país, a partir do encontro das tradições dos cultos africanos, católicos, kardecistas, esotéricos e ameríndios, dentre outros. Nessa religião, que reflete em seu culto grande parte dos anseios, demandas, conflitos, contradições e perspectivas da sociedade na qual se desenvolveu, compõem seu panteão dois símbolos femininos intrinsecamente distintos, mas igualmente fortes e significativos da condição feminina. Iemanjá, originariamente Grande Mãe africana, com notável poder, e modelo feminino, por excelência, de todo o panteão afro-brasileiro, apresenta, na umbanda, uma associação de vários atributos diferenciados que engendraram uma imagem complexa de mãe, mulher, virgem, sereia e santa, transformando-a em entidade essencialmente maternal, feminina, mas quase assexuada. De outro lado, surge Pomba-gira, personagem feminina com forte conteúdo sexual, erótico e sedutor, presente e atuante nesse culto como também uma grande imagem de feminino, representante de atributos distintos, diversos e bastante contrastantes daqueles representados por Iemanjá. Não ao lado de Iemanjá, mas junto com esta, Pomba-gira assume, na umbanda, a condição de grande entidade feminina, compondo um modelo complementar e contrastante de atributos inerentes à sexualidade feminina. Dessa forma, pretende-se compreender o que, realmente, a referida religião vem propor em termos de imagem ou modelo feminino em seu culto, distanciando de modo tão ostensivo o imaginário feminino da mãe – Iemanjá – e o da mulher sexualizada – Pomba-gira. O presente estudo se propõe a encontrar algumas respostas que contribuam para identificar e compreender qual vem a ser, na atualidade, a imagem proposta de feminino dentro da umbanda, a partir da compreensão dos conteúdos valorativos e conceituais contidos nessas duas representantes míticas, por excelência, da condição feminina de seu panteão, e em que medida essa imagem se apresenta e se insere no cotidiano da vida das mulheres umbandistas.

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