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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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sábado, 19 de abril de 2008

Papa defende diálogo em reunião com judeus e muçulmanos

da France Presse, em Washington

O papa Bento 16 se reuniu nesta quinta-feira com líderes judeus e muçulmanos, no Centro Intercultural João Paulo 2º, em Washington, onde defendeu o diálogo entre as diferentes religiões.

Bento 16 dirigiu à delegação judaica uma mensagem de amizade por ocasião da Páscoa judaica (Pessach), reafirmando sua vontade de continuar dialogando, após o mal-estar provocado pelo ressurgimento de uma velha oração católica pela conversão dos judeus.

"Desejo (...) reiterar o compromisso da Igreja com o diálogo que conduziu em 40 anos para uma mudança fundamental e a melhorar nossas relações", disse o papa, em reunião com essa delegação, um dia antes da Pessach, que começa na sexta à noite.

"Com respeito e amizade, peço à comunidade judaica que aceite meus votos de Pessach, em um espírito de abertura às possibilidades reais de cooperação que se abrem".

Bento 16 decidiu, no início de fevereiro, não alterar uma oração que pedia a "conversão dos judeus", rezada na missa em latim da Sexta-feira Santa.

A nova versão da oração, que não tem o termo de "povo cego", pede a Deus que "ilumine o coração dos judeus" para que "conheçam Jesus Cristo" e "que toda Israel seja salva e possa entrar na multidão das pessoas da sua igreja".

O papa também se referiu ao conflito no Oriente Médio e desejou que "a misericórdia de Deus inspire novos esforços, novas atitudes e uma purificação de corações de todos os responsáveis pelo futuro da região".

Diálogo
Bento 16 estimou que o diálogo entre religiões não deve se privar de "descobrir os pontos comuns e de discutir com calma nossas diferenças".

"Deixemos que outros aprendam com sua experiência, que se dêem conta que uma sociedade unida pode surgir da pluralidade do povo, se todos reconhecerem a liberdade religiosa como um direito civil elementar", insistiu Bento 16.

"Hoje, nas salas de aula de todo o país, há jovens cristãos, judeus, muçulmanos, hindus, budistas e crianças de todas as religiões sentadas juntas, aprendendo com os outros", disse o papa.

Líderes muçulmanos americanos que participaram do encontro pediram ao pontífice o estabelecimento de um diálogo permanente entre as duas ambas religiões.

"Disse ao papa que o conheci há dois anos no Vaticano, quando lhe pedi para liderar os esforços para estabelecer um diálogo permanente com os muçulmanos", revelou o imã Hassan al Qazwini, diretor religioso do Centro Islâmico americano. "Hoje reafirmei este pedido".

Muzammil Siddiqi, chefe do Conselho da Lei Islâmica da América do Norte, também solicitou a Bento 16 para usar sua influência para "estabilizar o Líbano".

"Disse-me que fará o melhor possível", afirmou Siddiqi.

Extraído de:
FSP on-line, em 18/04/2008.

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